domingo, 13 de julho de 2014

A ilusão protestante - Carta a Matias

Fraternais saudações. Paz e bem!

Caríssimo Matias, antes de iniciar minhas reflexões peço desculpas por não ter escrito mais cedo, é que minhas ocupações são demasiado extensas, assim fica sempre faltando tempo para alguma coisa. Felizmente consegui reservar um tempinho para partilhar algo consigo.

Reconheço primeiramente que nossas formas episcopais - digo as igrejas Ortodoxa, romana e anglicana - em maior ou menor medida tem deixado muito a desejar no que diz respeito a suas obrigações espirituais e éticas para com as pessoas mais humildes ou aos habitantes da periferia, ao menos no que diz respeito a realidade brasileira.

De fato era dever da Igreja romana - enquanto organização episcopal cujos fundamentos, ao menos em parte; remontam aos apóstolos - e grave dever, ir ao encalço da população carente, opondo-se antes de tudo e decididamente as injustiças que esta parte da população tem sofrido e num segundo momento, velando por suas necessidades espirituais.

Não foi no entanto o que se deu.

Falhou a Igreja no Brasil e em diversas partes do mundo na medida em não se opôs - Como deveria ter se oposto - a fixação deste sistema econômico - de matriz protestante e viés materialista - cognominado liberalismo, em seu território e a consequente ampliação das situações de miséria e injustiça, que amiúde afastam as criaturas humanas e racionais do sagrado para lança-las aos braços do desespero e da incredulidade como de fato se sucedeu entre nós.

Foi exatamente graças a formação destas massas a um tempo incultas e a outro 'escravizadas' pelo liberalismo e seu ritmo alucinante, que assistimos o afastamento de um número cada vez maior de pessoas da prática religiosa, da instrução doutrinária, da piedade familiar e o surgimento tanto do catolicismo popular ou folclórico quanto duma atmosfera irreligiosa ou indiferente.

Vimos assim o florescer duma incredulidade bastante difusa, mas, ao mesmo tempo tímida, insegura ou mesmo reverente; e que por isso mesmo jamais ousou negar a existência de Deus ou mesmo o caráter divino de Jesus...

Por falta de Igrejas, capelas, sacerdotes e ministros assistimos neste último século a afirmação duma nova categoria religiosa: os Católicos não praticantes.

Católicos porque optaram por manter formal ou oficialmente a fé de seus nobres e excelentes ancestrais e não praticantes porque o espaço em que viviam ou vivem não foi ocupado, como deveria ter sido por templos e ministros religiosos, ficando toda esta população sem assistência religiosa formal.

A Igreja permaneceu comodamente instalada nos bairros antigos em que viviam as elites tradicionais economicamente bem sucedidas... apoiando muitas vezes seus flertes com o liberalismo 'emergente'. Enquanto seus filhos mais pobres e oprimidos, por força das circunstâncias multiplicavam-se como coelhos - daí terem sido cognominados 'proletários' - e espalhavam-se por regiões 'insalubres' a ponto de alguns terem vindo a experimentar situações tão degradantes e a odiar toda e qualquer forma religiosa e de alguns poucos terem professado o ateísmo.

Em geral todavia, mesmo entre estas pessoas que viviam como animais selvagens ou rebanhos, prevaleceu a 'fitra' ou a espiritualidade inda que mal orientada ou atrofiada. Apenas entre as elites econômicas mais instruídas - com que a igreja tanto se preocupava - surgiu um pequeno núcleo de intelectuais assumidamente ateu e materialista ou incrédulo até os extremos e consciente disto.

De fato na medida em que a instrução científica ia alcançando os elementos das classes mais abastadas ia a fé declinando devido a existência de um clero solidamente preparado em termos de filosofia e alta teologia. Lamentavelmente a igreja temia mais a instrução que a ignorância... e o conhecimento da alta teologia era superficial e precário mesmo entre a maior do clero. 

As elites no entanto não estavam nem um pouco dispostas a privarem-se do 'glamour' da instrução... ou a manterem-se apenas alfabetizadas como desejavam alguns místicos. Donde perdiam a fé mal esclarecida e frágil logo que entravam em contato com a literatura ideológica internacional, procedente da França, da Alemanha ou da Inglaterra...
Para agravar esta situação nem todos os incréus tinham coragem suficiente para romper formalmente ou mesmo categoricamente com o catolicismo. Destarte, por considerações puramente humanas ou cálculo político continuavam a assistir missas e mesmo a participar de festas e comemorações eclesiásticas; havendo mesmo quem pertencesse a confrarias e irmandades...

Evidentemente que tais pessoas não possuiam qualquer zelo doutrinário que manasse da alma e se converte-se em regra de vida... assistiam as missas e festas, diziam crer, aparentavam alguma piedade; mas viver os princípios desta fé não viviam. Deixar de odiar os semelhantes, de oprimir os funcionário, de explorar o 'capital humano', de cometer injustiça, de observar a vida alheira, de maldizer, de fofocar, etc não deixavam.

Assim o Cristianismo dessas elites parasitárias que parte do clero nacional vivia a incensar era em verdade um Cristianismo morto ou agonizante, puramente interno e não vital.

Assim na medida em que os mais pobres ou revoltados - que pouco ou nada tinham a perder - ousavam romper oficialmente não só com a igreja romana, mas com toda e qualquer forma de religiosidade institucionalizada; iam igualmente os falsos crentes e oportunistas engrossando as fileiras do ateísmo, do materialismo e da incredulidade; ficando a igreja dia após dia mais e mais desamparada por seus 'praticantes' e vazia...

Até que em meados do passado século, o 'maior pais católico do mundo' viu-se constituído em sua maioria pelos Católicos não praticantes, abandonados pelo clero e quase que completamente desassistidos.

Ai estava, precisamente a semente do mal que hora vemos germinar e florescer.

Primeiramente porque a maior parte deles conservava a 'fritra' ou a espiritualidade 'natural' viva.

E em seguida porque além de acreditarem de algum modo na pessoa de Jesus Cristo, acreditavam sobretudo na divindade da Bíblia.

Justamente por jamais terem lido e analisado a Bíblia os Católicos, muito melhor que os protestantes instruídos, eram capazes de assentir no dogma da inerrância, mesmo em termos protestantes de inerrância linear e absoluta.

A ignorância dos Católicos brasileiros em matéria de Bíblia - pelo simples fato de serem em sua maior parte analfabetos ou muito mal alfabetizados - facilitou o assentimento puramente teórico a doutrina da inspiração plenária. O Católico tendia a por a mão no fogo por não saber o que havia ali, PARA ALÉM DO EVANGELHO OU DAS PALAVRAS DE JESUS QUE ERAM LIDAS OU CANTADAS NA MISSA!

Enquanto os protestantes cultos daqui ou da Europa, após terem lido e relido, tendiam sempre a restringir a doutrina da inspiração. Adotando quase sempre, aqui e lá - Refiro-me aos protestantes cultos e não a ralé - a doutrina da inspiração funcional ou professando certa dose de liberalismo até onde julgavam não comprometer a essência da doutrina Cristã... Desta depuração do Biblismo resultou quase sempre um aproximar - por parte dos protestantes mais instruídos - ou do Catolicismo (com não poucas conversões inclusive) ou do liberalismo crasso i é da apostasia doutrinária, com não poucas deserções.

Os padres no entanto repetiam em alto e bom som - E as vezes até com mais empenho do que os pastores - a crença genérica na Bíblia como sendo a 'palavra de Deus' e fonte de todo conhecimento. A Bíblia de certo não era lida pela maior parte dos papistas (como não o é pela maior parte de nossos Ortodoxos), entre eles no entanto prevalecia a ideia supersticiosa do livro mágico e divino com seu conteúdo infalível!

Não tinham a Bíblia em mãos mas estavam predispostos a acreditar em tudo quanto nela estava escrito.

Aqui a culpa dos papista é evidentemente muito menor, já porque lhes faltava a experiencialidade bíblica, já porque lhes faltava uma instrução mais elaborada em termos científicos.

O problema aqui esta situado, até hoje, entre os protestantes (inclusive ex papistas) alta ou medianamente instruídos que haviam lido e relido o livro e, apesar de tudo, insistido a respeito da inspiração plenária e linear. Pois aqui, havendo certo conhecimento a respeito de ambas as partes em conflito, repudiar o conhecimento científico que nos é dado por via experimental - isto é por meio de nossos sentidos! - para ficar com as opiniões dos antigos hebreus implica certa dose de demência ou idiotismo, enquanto buscar concilia-las implica verdadeira malícia, quando não supõe a mesma dose de idiotice apontada...

Após terem lido a Bíblia e conhecido os rudimentos da física, da química, da biologia, da psicologia, da sociologia, a geografia, da história, etc os adeptos e defensores da doutrina da inspiração plenária e/ou linear só podem ser classificados a um lado como estúpidos -  Na medida em que ignoram o princípio de contradição (Que opõe ambas as fontes) ou recusam-se corroborar o testemunho dos próprios sentidos - e a outro como desonestos. Na medida em que estão dispostos a sustentar a causa da Bíblia 'custe o que custar'...

O apóstolo no entanto determina que o Cristão decline quais sejam "As razões de sua esperança." a tantos quantos queiram solicita-lo e não que grite ou bata seus pés como qualquer fanático.

Afinal se a questão é gritar ou bater o pé em nome da Bíblia também os muçulmanos, hindus e judeus podem faze-lo muito bem em nome do Corão, dos Vedas ou do Talmud e impor seus pontos de vista ou suas respectivas fés a golpes de sabre...

O outro problema. Com relação aos Católicos não praticantes ou nominais é justamente porque ainda são capazes de deslumbrar-se pela Bíblia e de fornecer, como tem fornecido; contingentes aos milícias protestantes.

Para tanto basta que qualquer pastor ou mesmo fiel se lhe achegue ao pé do ouvido e prometa liberta-los dos tentáculos da megera romana ou da grande Babilônia do Apocalipse - olha só como até soa bonito - mãe de todas as prostituições... só mesmo um protestante fanático ou um papista ignorante para ficar impressionado diante de tantas palavras ocas e desprovidas de significado tanto mais objetivo.

No entanto este papista nominal ou mesmo praticante, mas da periferia ou da comunidade não pode deixar de encarar sua igreja como uma espécie de mãe meio desnaturada que jamais foi até ele ou que não empenhou-se o quanto deveria na defesa de seus justos interesses. E esta sensação de abandono ou mesmo traição, este sentimento negativo que o Católico humilde e de periferia nutre com relação a sua 'mãe espiritual' faz, quase sempre; que ele predisponha a ouvir os missionários e ministros protestantes com certo interesse, mormente quando estes asseveram discursar em nome da Bíblia, alegando estar a oferecer um fundamento muito mais sólido para a religiosidade fragilizada daquelas pessoas...

Ai, dependendo do grau de instrução do sujeito ou de sua vivência Católica tais palavras poderão chegar a soar como a mais doce e encantadora das melodias.

Afinal, o emancipar-se da 'autoridade' humana e visível do papa romano ou dos Bispos Ortodoxos, que tantas exigências vivem a fazer em termos de fé, equivale muitas vezes a uma libertação.

Quanto menos instruído for o episcopal aqui - seja Ortodoxo, romano ou anglicano - tanto melhor preza será para o vidente, profeta ou pastor com seus acenos de liberdade.

É por isso querido Matias, que tantos e tantos brasileiros; a semelhança de teus primos, acabam comprando 'gato por lebre' ao trocarem o papismo ou o anglicanismo - que correspondem já a padrões precários de fé - pelo protestantismo, que é um padrão de fé ainda mais frágil e precário face a crítica mais apurada.

Mas o que é isto professor?

Como pode ser frágil a Bíblia?

Como pode ser precário o fundamento Bíblico?

Como pode ser vã a esperança ou a fé inculcada pela Escritura???

Perceba querido Matias que todos os protestantes estão de acordo ao menos com relação ao princípio segundo o qual TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO DEVE 'ESTAR NA BÍBLIA'.

Quero dizer tudo quanto deva ser crido por nós, todos os dogmas, crenças ou artigos de fé, devem constar explicitamente na Bíblia. Explicitamente porque tendo em vista nossa união com Cristo devem ser facilmente encontrados por todos os seus leitores ou examinadores...

É o princípio ou fundamento do 'Sola Scriptura', segundo o qual não devemos crer nem somos obrigados a crer em qualquer coisa que lá não esteja, digo na Bíblia.

Então o Ortodoxo declara: eu creio nas orações pelos mortos! E o protestante já rebate: Vejamos se esta crença encontra-se ou não na Bíblia, que é o único juiz autorizado em matéria de fé e prática...

E principiam a debater e a discutir com base em traduções humanas e faliveis a respeito do que se encontra ou não na tradução ou na Bíblia, sem sequer dar-se conta que o tradutor lá poderá enfiar ou por o que bem quiser; como uma receita de pato assado no banquete de Ashevero... basta colocar lá, escrever na capa que se trata dua Bíblia e por uma notinha de rodapé alegando que a dita receita foi encontrada no manuscrito PXBDT... Agora vai lá nosso calunga ou caiçara até o museu N de Antakia ou Skanderia conferir por si mesmo o dito manuscrito em grego, aramaico ou hebraico??? Ele que mal sabe balbuciar ou soletrar a lingua pátria???

Vai nada...

E então?

Vai confiar ou crer mesmo e exercer fé sobre a nota de rodapé!!!

Mas ninguém teria coragem de fazer uma barbaridade destas com a Bíblia!!!

HAHAHAHAHAHAHAHAHA Milhões de risadas nas caras de todos os protestantes burros ou fanáticos do universo!!!

Peguem as revistinhas do Dr Nathanael Rinaldi, que pousa de teólogo e Doutor da seita e observem as críticas que eles e tantos outros fazem a tradução TMN das testemunhas de Jeová, apresentando dúzias e mais dúzias de versiculos falsos ou deslocados através dos quais as piedosas testemunhas eliminaram de sua Bíblia até mesmo os mais remotos vestígios da Trindade, da Divindade de Jesus e da Imortalidade da Alma!!!

E apesar da escandalosa manobra milhões de pessoas acreditam piamente que a 'Torre de vigia' corresponde a uma organização divina!!!

Agora eu lhe pergunto caro e nobre aluno, será que somente os líderes da T de vigia são malvados e apenas as Tjs são crédulas???

Não meu querido, o que eles fizeram falsificando Bíblias, qualquer espertalhão pode fazer!

Assim os mormóns com seu Novo testamento reformador por Jose Smith, assim as testemunhas de Yerroshua, assim Tyndale, assim Zwinglio, assim Lutero e assim a JFA com suas diversas e sucessivas revisões!!!

Diante disto que será da Eucaristia, da maternidade divina de Maria, do Sacramento do matrimônio, da Oração pelos mortos e de tantas doutrinas que contam com apenas uma ou duas evidências nos originais gregos do N T???

Não será meu querido, pois sem maiores cerimônias são eliminadas!!!

Bastando para isto que os tradutores escolham aleatoriamente e com objetivos puramente apologéticos e sectários UM MANUSCRITO CORROMPIDO entre milhares ou milhões...

Quem você acha que os processara???

A ONU???

Decerto a igreja gritará como gritou a plenos pulmões diante dos atrevimentos de Lutero e de Zwinglio...

Adiantará alguma coisa???

Pelo visto não uma vez que o 'alien' ou só de Lutero e o 'representa ou simboliza' de Zwinglio lá ainda se encontram em suas respectivas versões!!!

Deixemos no entanto de lado as tais versões e tornemos ao princípio do Sola Scriptura, que é encarada pelos protestantes ortodoxos como o 'pão dos filhos'...

Pois bem, mal o Ortodoxo ou o papista expõe sua fé já o adversário atalha: MAS ESTA DOUTRINA NÃO É BÍBLICA, NÃO ESTA NA BÍBLIA, NÃO SE ENCONTRA NA ESCRITURA!!!

E o Católico ou o papista lhe dá ouvidos e fica consternado ao invés de mada-lo logo plantar batatas!!!

Não vá caro Matias ser assim tão deseducado com os filhos do Dr Lutero mandando-os plantar batatas ao invés de libre interpretar versículos Bíblicos.

Faz algo mais simples e verás quão frágil é essa fé protestante e quão arenosos são seus fundamentos.

NÃO DEVE TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO CONSTAR NAS ESCRITURAS SOB PENA DE NÃO SER CRIDO OU ACEITO PELOS CRISTÃOS???

Certamente, dirá nosso protestante - Isto é indubitável.

Logo, é a Bíblia mais importante do que tudo ou o fundamento de tudo quanto devemos crer.

Positivamente, dirá nosso homem - Esta exato!!!

Todavia percebo que minha Bíblia não é composta de um único livro, mas que é formada por no mínimo meia centena de registros compostos em locais e épocas diferentes, correto?

Correto, te dirá o protestante sem perceber que caminha para o abismo.

E antes que acontecesse a maravilhosa reforma protestante já lá estavam eles - em 1521 - formando um volume a parte não???

Sim, lá estavam eles juntinhos antes de 1521 te responderá o pastor!

E também nas primeiras páginas de cada exemplar os pastores e teólogos oferecem uma lista ou elenco com os nomes dos livros Bíblicos não???

Sim, antes do primeiro capítulo de cada Bíblia há uma listinha com os nomes do livros e abreviaturas.

Observe agora Matias como são bons e responsáveis os pastores.

Afinal se dão ao trabalho de compor uma listazinha de livros inspirados e divinos para com isso orientar os fiéis!!!

Que valor incalculável não teria uma lisazinha destas caso fizesse parte de algum livro inspirado ou estivesse dentro da Bíblia!!!

Como é que é professor???

Isto mesmo Matias pergunte a seu primo ou a qualquer pastor em que parte da Bíblia inspirada e infalível você topa com uma lista contendo os livros que fazem parte da Bíblia!

Lamentavelmente parece que o deus não foi tão cuidadoso e prudente quanto seus servos deixando de confeccionar a dita lista...

CONCLUSÃO: O PRINCÍPIO FUNDAMENTAL O 'SOLA SCRIPTURA' NÃO ESTA NA BÍBLIA, LOGO NÃO É BÍBLICO!!!

Isso mesmo meu querido: A BASE, O FUNDAMENTO, O ALICERCE DO PROTESTANTISMO NÃO É BÍBLICO, POIS A BÍBLIA NÃO NOS OFERECE UMA LISTAZINHA POR MEIO DA QUAL POSSAMOS SER INFALIVELMENTE INFORMADOS A RESPEITO DOS LIVROS QUE FAZEM PARTE DELA!!!

Há decerto aquelas listazinhas compostas pelos pastores... mas são como eles mesmos vivem dizendo: palavras falíveis de homens, tão falíveis e inúteis quanto a minha e a sua... pedaços de papel sem qualquer valor: como notas de real falsificadas!

Diante desta lacuna, que é a tumba do protestantismo com seu Sola Scriptura o pastor principiara te mostrando no Evangelho ou no Novo Testamento todas as citações ou recursos feitos ao antigo testamento. Querendo dizer que todos os livros citados são inspirados ou bíblicos.

Acontece que todo e qualquer estudante da escritura sabe muito bem que Judas fez recurso a Enoc e ao Testamento de Moisés, enquanto Paulo parece ter citado o Apocalipse de Elias e Jesus os Apocalipses de Elias e Abraão; SEM QUE OS PROTESTANTES RECEBAM TAIS LIVROS COMO BÍBLICOS OU INSPIRADOS...

Alegando que para tanto tais citações devem sempre estar acompanhadas por determinantes como: 'Esta escrito' ou 'No profeta'; que são os critérios objetivos adotados quando examinamos a questão do Canon.

O problema é que adotado este critério rígido o número de livros sagrados do A T reconhecidos pelo N T não chega sequer a metade dos que compõem o A T judaico ou protestante...

Faltando a todos os demais qualquer evidência no sentido de que sejam de fato Bíblicos ou inspirados.

Basta dizer que Ester, Cantares e Abdias - para sermos sucintos - jamais foram citados como palavra inspirada de Deus...

Tanto pior para o NOSSO LIVRO PROPRIAMENTE DITO, QUE É O NOVO TESTAMENTO!!! Pois neste caso faltam até mesmo as citações ou referências.

Basta dizer que a pena apostólica não recorre explicitamente a pena Evangélica....

Jamais damos com um "Esta escrito em Mateus vigésimo quinto" ou com um "O profeta Mateus no capítulo primeiro" nas epístolas de Pedro ou Paulo...
Como bom farsante o pastor tentará seduzir-te alegando que numa das castas de Pedro há uma alusão as cartas 'de nosso irmão Paulo' posta a nível das outras escrituras i é das hebraicas.

O problema é que a própria carta em questão carece de evidência interna ou bíblica uma vez que em nenhuma parte do NT são as cartas de Pedro listadas como sagradas ou divinas...

Por outro lado a simples alusão as cartas de Paulo não corresponde a um catalogo explícito e completo.

Dirá nosso homem: É bastante provável que esta alusão corresponda exatamente ao nosso 'corpus paulinum'. No entanto ser bastante provável não é nem de longe ser divino, sagrado ou inspirado...

Pelo contrário é bem possível que o conjunto em questão diferisse do nosso omitindo algumas das epístolas paulinas que ora temos em conta de inspiradas e anexando algumas outras que acabaram por extraviar-se.

Em suma nada de concreto dentro da Bíblia a respeito do 'Cânon Bíblico' ou do conteúdo da própria Bíblia...

Por fim dirá nosso pastor, com um sorriso cínico e deslavado, que esta questão é de somenos importância!

Mas como de somenos importância se segundo eles, protestantes; tudo, isto é tudo quanto de deve crer, deve constar explicitamente nas escrituras???

Logo, se toda fé depende das escrituras não era de se esperar que a escritura oferecesse as fiéis, antes de mais nada uma declaração divina e inspirada a respeito de sí mesma ou de seu próprio conteúdo???

Não deveria ser uma lista inspirada de livros inspirados o PONTO DE PARTIDA para toda e qualquer discussão doutrinária em termos de Sola Scriptura???

Se o Sola Scriptura corresponde de fato ao crivo ou padrão de toda verdade revelada não deveria SER ELE MESMO POR UMA QUESTÃO DE COERÊNCIA EXPLICITADO PELA ESCRITURA SOB A FORMA DUMA LISTA CANÔNICA???

E no entanto a Bíblia se recusa a dizer ou a declarar qualquer coisa a respeito de si mesma ou de seu cânon.... Tão muda como uma esfinge de pedra!

Neste caso a quem fica o encargo de determinar quais sejam os livros canônicos ou inspirados???

A ninguém...

A qualquer um...

ou A Igreja Histórica???

Se o Canon fica indefinido não podemos saber com certeza quais sejam os livros sagrados que compõem o Novo testamento e sem saber quais sejam os livros sagrados do Novo Testamento não podemos julgar a fé Cristã por ele...

Se qualquer um pode, a partir de seus sentimentos, gostos, etc declarar quais sejam os livros sagrados temos a um tempo uma declaração puramente humana, logo falível e inútil e a outro uma declaração subjetiva e caprichosa de reduzido ou nulo valor...

Pois se a N parecerá que Enoc é inspirado a X parecerá que não o é, e se a B parece que Mateus não é inspirado a A parecerá que o é... E cada qual desejará julgar a doutrina Cristã a partir de seus livros preferidos.

Conclusão: cada qual terá seu cânon ou sua Bíblia e consequentemente seu credo....

Pois se o fundamento do cânon é subjetivo, subjetivo será o próprio cânon e o edifício doutrinário posto sobre ele...

Destarte teremos os Cristãos de Enoc, os de Mateus, os de João, os de Paulo, os de Pedro, etc

Então onde é que chegamos com tudo isto???

Chegamos a conclusão líquida e certa que o Cânon do N T havia já sido perfeitamente definido pela consciência Católica da Igreja ou pela Ortodoxia já alguns séculos antes do advento da reforma protestante... e que esta definição deve ser encarada pelos Cristãos como sagrada, divina, infalível e indubitável.

No entanto caso os protestantes ousem admiti-lo, como razão lhes perguntaremos porque não recebem a definição do segundo concílio de Nicéia a respeito das Imagens sagradas ou porque não recebem o testemunho unânime das igrejas apostólicas a respeito da presença real???

Como podem eles protestantes recorrer ao testemunho histórico fornecido por Bispos e doutores papistas e Ortodoxas se vivem a dizer e declarar que tais Bispos e doutores cometerem diversos erros e até inventaram falsas doutrinas???

Se antiga não passa duma prostituta devassa ou duma megera como poderia ter deixado de alterar os registros sagrados adicionando uns e eliminando outros???

Como o cânon poderia ter chegado a nós imaculadamente se a Igreja Ortodoxa falhou miseravelmente em sua tarefa de conservar ou manter intacta a divina revelação???

Como chamar de santo e inspirado o cânon oferecido pela igreja do capeta caro Matias???

O protestantismo mostra-se cinico, oportunista e parcial quando recorre ao testemunho da tradição e da História quando se trata do cânon bíblico e descarta-os em bloco quando se trata do credo Cristão ou do conteúdo da fé.

Por que este veículo valeria para o cânon bíblico e não para a doutrina de modo geral???

Nem podemos deixar de dizer que o posicionamento deles é incoerente...

Quando as tradições 'humanas' e falsas; favorecem o protestantismo ou MELHOR A BÍBLIA, declaramos que são todas válidas; QUANDO AS MESMAS TRADIÇÕES CORROBORAM A DOUTRINA DA IGREJA ORTODOXA - como a presença real de Jesus na Eucaristia e a Virgindade Perpétua de Maria - SÃO DIABÓLICAS...

Nada mais ridículo do que ver um protestantes recorrendo ao testemunho da tradição, da história ou da Igreja para justificar sua Bíblia...

Tudo porque sua Bíblia é inepta e completamente inepta no sentido de fornecer-lhe um pequeno catalogo de livros inspirados e infalíveis...

Aqui me despeço do jovem e nobre amigo com as saudações de praxe:

Paz, bem e graça em Cristo Jesus pelas intercessões de sua puríssima e Santa Mãe!!!

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