quarta-feira, 30 de julho de 2014

Sétima carta a Matias - Em torno do Catolicismo, do Espiritismo e do protestantismo

Recebi e li com atenção tua última carta e achei deveras interessante.

Diante disto tentarei responder do melhor modo possível as questões que com tanta argúcia foram formuladas.

Afinal de contas trata-se de um terreno bastante confuso e sujeito aos mais lamentáveis equívocos. Tentemos então lançar um pouco de luz sobre eles!

Quanto aos padrões a respeito dos quais indagastes temos quatro:

  • Catolicismo Ortodoxo: A tradição dos Doutores ou Mestres dos primeiros séculos (Idjima - acordo)
  • Igreja romana ou papismo: A autoridade do Papa romano (in ex Cathedra)
  • Protestantismo: O livro ou a Bíblia sob o prisma da inspiração plenária e linear (Biblismo)
  • Espiritismo: As supostas comunicações dos mortos ou espíritos desencarnados


Tais seriam as 'fontes' ou fundamentos doutrinários de cada sistema.

Apreciemos agora, tanto mais de perto a perspectiva espirita.

Não a predominante nos meios 'ortodoxos' ou oficiais do Kardecismo - e comumente assumida elas críticas romana ( anglicana - Ortodoxa) e protestante - senão outra mais difusa...

Assim, em que pese o Kardecismo e seus críticos, podemos dividir o espiritismo em duas partes:

  1. Prática
  2. Doutrina, fé, credo ou teoria
Atualmente ambas encontram-se oficialmente ou mesmo comumente associadas no sistema Kardecista.


DO ESPIRITISMO ENQUANTO PRÁTICA

Devemos observar no entanto que a nível de prática remonta o espiritismo a milênios antes da Era Cristã ou mesmo do advento do monoteísmo (Tawid). E que constituía uma prática quase que universal.

Basta dizer que os próprios israelitas tinham conhecimento dele e punham-no em prática ao tempo dos soffetins ou juízes (século XI ou X a C), segundo podemos ler no relato da 'pitonisia de Endor', lamentavelmente retocado e desfigurado pelos reformadores dos séculos VII e VI. Pois a prática do espiritismo só foi condenada pelos sacerdotes judeus e proibida pelos sacerdotes e profetas deuteronomistas... Mais para marcar diferença com o 'paganismo' do que por qualquer outra razão...

Seja como for depara-mo-nos com a prática do espiritismo associada a diversas teorias e doutrinas religiosas ou mesmo desvinculada de qualquer teoria, credo ou doutrina religioso, isto é, enquanto pura e simples 'práticas' despojada de qualquer conotação 'instrutiva'.

É exatamente o que se sucede ainda hoje na Ásia onde a prática do espiritismo encontra-se fortemente ligada as crenças hindus e budistas... Na China porém, como em diversas tribos africanas e ameríndias, encontra-se ele dissociado de qualquer doutrina ou credo, subsistindo enquanto pura e simples prática com fins tanto mais práticos ou imediatistas.

Eis porque não devemos estranhar que tenha sido igualmente posto em prática - nos EUA e Inglaterra - por líderes, teólogos e membros da Igreja Anglicana, e que no Brasil tenha sido favoravelmente acolhido - como prática - por parte dos fiéis da igreja romana (apesar da feroz oposição feita pelo clero) e geralmente sem prejuízo da doutrina Cristã.

Esta participação de diversas 'fés' ou ausência de 'fé' no espiritismo tem propiciado certa mistura, certa associação, certa comunicabilidade credal em termos de sincretismo ou de ecletismo.

Importa saber que o Espiritismo enquanto evocação de mortos é uma prática religiosa quase tão comum quanto a oração e não um monopólio do espiritismo ou dos espíritas doutrinários.


DO ESPIRITISMO ENQUANTO CREDO

Enquanto credo ou doutrina é necessário cindir o espiritismo em duas partes:

  1. Parte Ética
  2. Parte mística


É bom ressaltar que quanto a sua parte Ética - em termos de princípios e valores voltados para a ação humana - esta o espiritismo mais próximo do episcopalismo - anglicanismo, Ortodoxia e mesmo romanismo - do que se pode imaginar. Pelo simples fato dos espíritas, como nós sinergistas, afirmarem insistentemente que as obras são necessária e que não há qualquer possibilidade de redenção sem amor ou caridade.

Nem erram quando dizem e declaram que 'Fora da caridade não há salvação' (RECORDEMOS SEMPRE COM CARINHO O QUE FOI DITO PELO TEÓFORO AMBRÓSIO A RESPEITO DA VERDADE: "NÃO HÁ VERDADE ALGUMA QUE NÃO PROCEDA DO ESPÍRITO SANTO"!!!) pois a caridade nada mais é o fundamento mais remoto da ORTOPRAXIA, daí o arcipreste Bulgacoff ter definido a Ortodoxia como a religião do AMOR.

Inda que distorcido ou mal formulado temos aqui um sentido ou espírito legitimamente Católico, Ortodoxo e Cristão.

Tomado pelo Espiritismo a Igreja antiga - de que saíram seus fundadores e com que conviveram - ou a pura e simples leitura do Evangelho isenta de preconceitos protestantes.

Assim os supostos espíritos limitam-se a reproduzir o que os pioneiros tomaram ao Evangelho e a tradição eclesiástica sobre a necessidade de vivenciar o Cristianismo integralmente. E nem podemos deixar de reconhecer que desta fidelidade ao Evangelho em termos de Ética, procede toda força moral de que ainda hoje goza o kardecismo mesmo entre ateus, pagãos, irreligiosos e episcopais (aqui no Brasil romanistas).

Quantas vezes não ouvi eu mesmo da boca dos mais piedosos sacerdotes ou de leigos ilustrados: nós anunciamos a caridade de nossos púlpitos os espíritas exercem-na... nós determinamos a prática das boas obras e parece que só os espíritas obedecem... evidentemente porque estávamos já diante de um romanismo ou duma ortodoxia protestantizados...

APRECIEMOS AGORA A COMPOSIÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA.

Bem o sabes que nossos amigos espíritas atribuem suas crenças aos espíritos...

Em verdade porém procedem de três fontes absolutamente naturais:

  • O Cristianismo antigo, Ortodoxia ou Catolicismo
  • O protestantismo liberal
  • O orientalismo.



É necessário prestar atenção a estas fontes se desejamos compreender de fato a tão decantada similaridade do espiritismo com a Ortodoxia ou seu parentesco com a fé Católica. Porque tem ele, o espiritismo, exercido tanto fascínio entre os fiéis procedentes das três formas de episcopalismo (como o romanismo no Brasil) espalhadas pelo mundo?

A resposta a tua pergunta é bastante simples caro Matias.

Inclina-se parte de nossos fiéis ao espiritismo porque (Além da Ética) parte da doutrina espirita - referente ao homem (antropológica), aos novíssimos e a escatologia - foi tomada ao Cristianismo antigo ou a Ortodoxia. 

Como a Ortodoxia (e parte considerável do anglicanismo e do papismo - as menos infectadas pelo agostinianismo/calvinismo) é o espiritismo semi pelagiano ou se quiseres sinergista/arminiano (reconhece o dom divino da liberdade e a necessidade da colaboração por parte da criatura racional), como a Ortodoxia repudia a doutrina suja do juízo particular e como a maior parte dela repudia a doutrina das penas eternas ou do infernismo; enfim tantos quantos nutrem vivo horror aos termos finais da 'escolástica' protestante (predestinacionismo, juízo particular e penas eternas) sentem-se impelidos a aproximar-se da doutrina espírita... por corresponder exatamente a tradição primitiva da Igreja ora professada integralmente apenas pela Igreja Oriental ou Ortodoxa.

Destarte não é dificil aos Católicos perplexos darem instintivamente com parte do conteúdo da fé ancestral no bojo da doutrina espírita.

Chegamos então a tua outra pergunta:

Apesar disto por que jamais sucedeu verdadeiro êxodo de papistas ou mesmo anglicanos para o espiritismo?

Para respondermos a esta pergunta devemos considerar a segunda fonte em questão: o protestantismo liberal.

Via de regra tanto os Episcopais quanto os protestantes 'ortodoxos', sentem verdadeiro asco pela doutrina espírita a respeito de Jesus Cristo (cristologia), a qual para os primeiros constitui o calcanhar de Aquiles ou ponto de ruptura entre CATOLICISMO e espiritismo. Aqui faz-se mister advertir aos protestantes 'ortodoxos' que é justamente do protestantismo, do protestantismo liberal; que procede a parte verdadeiramente negativa da doutrina espirita i é O ARIANISMO OU UNITARISMO.

Foi dos Mestres protestantes liberais que os espiritas aprenderam a considerar Jesus Cristo como puro e simples homem ou mera criatura igual a nós, ou seja, sob o mesmo prisma que os incrédulos, judeus e maometanos. Foi incitado pelos protestantes que Kardec - Aluno do grande Pestallozi - veio a repudiar a fé nicena ou atanasiana na divindade do Verbo.

Bom seria que todos os protestantes mal informados antes de lançarem pedras ao espiritismo tendo em vista seu conteúdo ariano, passassem a contemplar, como num espelho, esta imundície que torna o espiritismo tão repugnante ou indigesto aos papistas, como herança ou legado de sua triste reforma! É de fato o espiritismo incompatível com o 'espírito' Católico ou Ortodoxo na medida em que reproduz o conteúdo protestante do unitarismo e nega veementemente a ENCARNAÇÃO (TAJASSUD) DO VERBO ou de Deus, no mundo material.

O espiritismo também tornou-se culpado por potencializar e levar adiante o conteúdo NEO PLATÔNICO ou ESPIRITUALIZANTE introduzido no corpo do Cristianismo por U Zwinglio no décimo sexto século desta Era. De fato U Zwinglio foi o primeiro, que tendo encarado a doutrina sacramental da Igreja de Cristo como materialista, aspirou por desmantela-la e chegou a afirmar claramente a invisibilidade da Igreja estabelecida pelo Deus QUE SE FEZ VISÍVEL ENTRE OS HOMENS..
E os Zwinglianos iniciaram sua cruzada contra a Eucaristia (Que reproduz o mesmo mistério no pão) as Imagens (Que patenteiam a encarnação do Verbo) a vida monacal (Que patenteia no mais alto grau o modo de viver Cristão) as obras (Que fixam concretamente a vontade de Deus neste mundo) buscando obscurecer todos os vestígios ou sinais da Encarnação ou da presença do Verbo no mundo. Desde então foi posto em operação o mistério da reversão ou DESENCARNAÇÃO DO VERBO, não pelos espíritas, mas pelos protestantes, em especial os zwinglianos e anabatistas...

Os protestantes é que iniciaram a demolição do Atanasianismo e da Encarnação, i é as bases do nosso Cristianismo tendo em vista a restauração DO JUDAÍSMO ou a introdução do Islã como de fato temos observado! Os espíritas limitaram-se a dar continuidade ao processo ou a potencializa-lo... Ao classificarem o romanismo ou a ortodoxia como sistemas materiais ou materialista (sem terem levado em conta as decorrências do Mistério da Encarnação) os protestantes acabaram exilando o Cristianismo nas esferas superiores do céu ou 'mandando-o de volta', quando o objetivo do fermento trazido pelo Mestre era levedar toda massa... Deveria ser o mistério potencializado pela reforma ética das estruturas materiais iniquas que caracterizam a ordem social neste mundo; Lutero e Zwinglio no entanto cortaram passo e travaram este processo...

Graças a Lutero e Zwinglio i é ao conteúdo neo platonizante e maniqueu lançado por eles o Cristianismo entra em Crise justamente porque deixar de assumir concretamente o mundo ou desistir de transforma-lo. E o protestantismo já foi definido como sistema realista justamente por ter abjurado deste ideal, o qual, ao menos formalmente, jamais foram abjurado pela Ortodoxia ou pelo papismo...

Curioso no entanto é que, por amor talvez ao judaísmo, tenham Lutero e Zwinglio mantido a crença na ressurreição do corpo... Tem pois o espiritismo todo direito de apontar para o protestantismo e de classifica-lo como este classificara a Igreja três séculos antes ou seja como sistema materialista e grosseiro! Põe os espiritas a luz a incoerência manifesta dos protestante e leva a frente a 'cruzada' espiritualizante iniciada por eles...

A Igreja no Entanto, por uma questão de coerência, professando a Encarnação do Verbo, a maternidade divina de Santa Maria, a economia sacramental, a iconofilia, o sinergismo, o monacato, uma certa doutrina social, etc NÃO PODE DEIXAR DE PROFESSAR IGUALMENTE A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO DOS CORPOS (não da mesma carne sepultada como já advertia Origenes, mas da forma visível e material do corpo) e de abrir mais um foço entre a doutrina Cristã e apostólica e a doutrina espírita, ainda aqui tributária do protestantismo liberal...

Rigorosamente fiel ao padrão da Encarnação - Maternidade divina, presença real no sacramento, iconofilia, sinergismo, ressurreição, etc - é defeso a igreja antiga ou Ortodoxa tecer críticas (respeitosas) a DOUTRINA espírita ou Kardecista, como também é dever seu reconhecer o conteúdo desta doutrina que esta de acordo com sua tradição ancestral - como o semi pelagianismo, o estado intermediário e a restauração universal - e valoriza-lo.

Quanto ao protestantismo porém, tendo o rabo sujo, não lhe cabe direito algum de vociferar contra o espiritismo... afinal qualquer espírita mais ilustrado poderia atalhar com toda razão: foi graças a vosso exemplo que fomos levados a repudiar a idolatria eclesiástica ou seja a doutrina da divindade de Cristo; foram vocês protestantes que nos revelaram a natureza puramente humano do filho de Maria... de vós é que recebemos a boa doutrina do unitarismo!
Vieram os protestantes e denunciaram a Igreja de Cristo, igreja que ele fundara e que se comprometerá a proteger, como corrupta... Vieram os espíritas e tiraram as conclusões: Igreja corrupta = fundador humano... igreja falível = fundador falível... Igreja frágil - fundador frágil... Se era de fato Deus Todo Poderoso por que não foi capaz de amparar a organização que fundou???

Perceba, caro Matias, que a doutrina protestante da apostasia da Igreja antiga, esta doutrina é que é o caminho da suprema apostasia, o caminho do arianismo e consequentemente do deísmo, do judaísmo e do islã!  Hoje apenas - ano 2000 - observamos estas grandes pedras caindo, estas muralhas desabando e o chão coalhado de blocos e ruínas monumentais... tudo no entanto foi solapado a meio milênio por Lutero, Zwinglio e Calvino, pois foram eles que introduziram no organismo da Cristandade - ora agonizante (no dizer de Unamuno - o costume ou a nova tradição de duvidar!!!

Não creiam na Igreja, disseram eles... cinco século depois e com toda razão grita a Cristandade: Para que??? Para acreditar no testemunho de homens ou indivíduos como vós??? MELHOR NÃO CRER EM COISA ALGUMA - OU A IGREJA ANTIGA OU NADA!!!

Por fim a terceira fonte da doutrina espirita ou melhor kardecista é o orientalismo.

Foi desta via que o espiritismo francófono recebeu a doutrina da Reencarnação.

Grosso modo os protestantes e em certa medida os papistas mal informados costumam associar a doutrina da reencarnação ao espiritismo e tomar uma coisa pela outra.

A associação no entanto é artificiosa. Basta dizer que os espiritas anglófonos ou não kardecistas repudiam a teoria da reencarnação e que este ramo fora codificado pelo Juiz Edmonds antes que Kardec iniciasse sua obra. Por outro lado a doutrina da reencarnação tem sido tradicionalmente professada como dogma pelos sistemas hinduísta e budísta sem que haja qualquer relação direta com práticas espiritistas.

Quanto a avaliação desta doutrina pelo Cristianismo depara-mo-nos com apreciações extremas.

Primeiramente porque foram levantadas algumas objeções infundadas tendo em vista o mistério da Ressurreição. No frigir dos ovos porém não são insolúveis.

Basta supor que cada espírito, após ter passado por vários corpos e atingido Jesus Cristo, receberá a forma de um corpo humano ou mesmo o DNA do derradeiro corpo terreno, com que chegou a Cristo.

Esta contradição é mais maliciosa do que intransponível.

Outra aparentemente mais séria entre os Cristãos cultos diz respeito da redenção ou a obra de Cristo.

Não é nem um pouco incomum ouvirmos Ortodoxos, papistas e anglicanos alegando que a doutrina da reencarnação anula ou destrói o ofício de Jesus Cristo.

De fato entre os protestantes ortodoxos, enquanto monergistas, é esta alegação absolutamente necessária. Se é Deus quem realiza sozinho e magicamente toda obra da redenção - de modo que nada fica restando para o homem realizar - é evidente que a doutrina da reencarnação converte-se numa heresia. Os sectários protestantes tem captado intuitivamente esta ilação...

De fato monergismo, solifideismo, predestinacionismo; enfim, protestantismo ortodoxo e reencarnacionismo são perspectivas excludentes e inconciliáveis.

Outra no entanto é a perspectiva Ortodoxa e Católica ou mesmo a romanista, pelo simples fato de sermos sinergistas e de professarmos a doutrina da colaboração ou da ação conjunta da liberdade humana com a graça divina.

Grosso modo Ortodoxos e papistas, sempre muito mal informados, ignoram que sejam considerados heréticos pelos protestantes pelo simples fato de admitirem a liberdade humana ou por introduzirem a vontade, a iniciativa ou o esforço entre Deus e o homem. Basta que Deus não realize tudo sozinho para que os protestantes encarem seus objetores como heréticos...

E no entanto os Ortodoxos e papistas acreditam que neste mundo material e nesta vida é perfeitamente possível ao homem colaborar ou cooperar com a divindade formando uma espécie de parceria.

Destarte a incoerência dos episcopais mal informados é manifesta: pois negam para o além túmulo o que admitem para esta vida... REPRODUZEM O ERRO DOS PROTESTANTES QUE ADMITEM A INTERCESSÃO ENTRE OS VIVOS NESTA VIDA E NEGAM-NA NA OUTRA VIDA!!! 
Então se o ofício de Cristo é auxiliar o homem, o homem tanto pode ser auxiliado e aderir ao Cristo numa vida como em diversas vidas - caso esta seja a lei - o que não implica diferença alguma. E SE DEVE ELE, REPARAR CONCRETAMENTE SEUS ERROS E CUMPRIR PENITÊNCIA DE SEUS PECADOS NESTA VIDA POR QUE NÃO PODERIA FAZER A MESMA PENITÊNCIA - sempre na comunhão ou Unidade de Cristo - NOUTRAS VIDAS OU CONTINUAR A REPARAR SEUS PECADOS???

Quero dizer com isto que a doutrina da Reencarnação não altera em nada a doutrina soteriológica da Ortodoxia ou mesmo do papismo por ser sinergista e afirmar a necessidade da reparação concreta ou material dos pecados. Não existe qualquer oposição em termos absolutos podendo inclusive esta doutrina trazer um enriquecimento teológico sendo considerada como uma espécie de caminho para o Cristo ou de penitência alargando o cenário espiritual obscurecido pelo agostinianismo no decorrer da Idade Média. De fato ela bem pode corresponder a uma possibilidade de superação face ao particularismo e as restrições com que o Cristianismo foi sucessivamente onerado pelos expositores ocidentais.




 

Nenhum comentário:

Postar um comentário